A ignorância dos 'espertinhos'
DE SÃO PAULO
Os e-mails da imensa massa de espertinhos que tentam (e conseguem) lesar internautas incautos continuam a todo o vapor. Como atestam as inúmeras matérias publicadas nos mais diversos meios de comunicação, muita gente cai feito pato nessas arapucas, que não raro são pessimamente redigidas e/ou contêm erros primários no que diz respeito a certos conceitos políticos, político-administrativos, institucionais etc.
Um ótimo exemplo desses erros primários se vê num e-mail que recebi em 19 de abril. Sabe quem o enviou? A "Prefeitura do Estado de São Paulo". Sim, a "Prefeitura do Estado". Está certo que no Brasil muitissíssima gente (da bandidagem ou não) desconhece sumariamente a divisão de poderes e o que compete a cada um, assim como desconhece o papel de um vereador, de um deputado (estadual ou federal) ou o que é uma cidade, um Estado, um país. Não são poucas as pessoas que acham, por exemplo, que a África é um país.
Se até jornalistas ignoram sumariamente que Guarulhos ou Osasco não são bairros da cidade de São Paulo, mas municípios, que têm prefeito e câmara próprios, não surpreende que leigos não saibam isso.Se até jornalistas ignoram sumariamente que Guarulhos ou Osasco não são bairros da cidade de São Paulo, mas municípios, que têm prefeito e câmara próprios, não surpreende que leigos não saibam isso.
Conhecer certas nomenclaturas, caro leitor, é fundamental não só para entender certos textos e/ou contextos, mas também (nestes tempos de superinvasão virtual e real) para não ceder à tentação de acreditar em verdadeiros contos de fadas.
Relatei aqui há algum tempo a fracassada tentativa de bandidos que puseram em um automóvel uma placa fria, da cidade de "Frorianópolis". Sim, "Frorianópolis". Um policial rodoviário minimamente letrado acabou com a aventura dos gatunos.
As campeãs nesse tipo de tentativa de golpe são as falsas mensagens de instituições financeiras. Como se sabe, a publicidade escrita (legítima) dessas empresas normalmente é pautada por linguagem formal ou semiformal. As agências de publicidade que detêm as contas de bancos costumam ter bons redatores, que conhecem as variações linguísticas e não costumam tropeçar em concordâncias básicas, como a que se faz, por exemplo, entre sujeito e verbo, qualquer que seja a ordem dos termos.
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