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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Corrigindo redações do ENEM


Los hermanos, los problemas

Sem dúvida alguma, a questão afeta ao processo imigratório nos diashodiernos exsurge como uma das principais e mais complexas,roubando a cena no cenário internacional e - de maneira assazacentuada nas últimas décadas - no Brasil. Também, não poderia ser diferente, na medida em que tal questão está circundada de fatoresdiversos, que vão desde a imigração espontânea até a imigração baseada em fatores econômicos, religiosos, étnicos, políticos e sociais [sociais,]ou seja, deve ser analisada para além de um simples processo imigratório.

Dessa forma, não é necessário muito esforço intelectual para constatar que a imigração está umbilicalmente ligada a questões como aumento da criminalidade, da miséria, do "inchaço" ou explosão populacional, o que contribui profundamente para agravar o quadro social brasileiro, tendo em vista que tais imigrantes, muitas vezes, chegam ao Brasil por viasnada lícitas e, por vezes, esfaimados, sem qualquer condição de subsistência mínima, somado à existência de um estado que, ao permitir negligentemente a sua entrada no país, paradoxalmente, ao que parece, não tem qualquer preocupação em prouver-lhes[lhe prover os] instrumentos de subsistência mínima.

Alfim
, duas soluções se apresentam: Banir [banir] de vez o processo imigratório ilegal no país, o que passa por maior fiscalização das fronteiras e fortalecimento das forças militares; ou, o que parece a opção mais cucial [crucial] e salutar, oferecer-lhes condições sociais dignas, de modo a fazer com que se integrem no país de fato, e não apenas fisicamente como vem ocorrendo, contribuindo assim para o progresso da nação. Até onde a vista alcança, entretanto há pouca luz no fim do túnel. 
 

Comentário geral:

Texto regular, que se caracteriza pelo estilo retórico e que peca por isso mesmo: o uso de um vocabulário supostamente erudito visa a mascarar a superficialidade das ideias expostas, que se resumiriam em poucas linhas. Pior, no afã de falar difícil, o autor incorre em erros crassos como "prouver" (provavelmente, uma mistura de "prover" e "aprouver"), e "alfim", que simplesmente não existe. Não bastasse isso há desníveis de linguagem: do erudito em que se contam "afeta", "exsurge" e "hodierno", passamos sem mais nem menos para a informalidade de "roubar a cena", agravada pela redundância de "a cena" estar "no cenário". E é assim, com um informal lugar comum que o texto se encerra. O título pode ser considerado preconceituoso, mas isso é discutível.
 

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: a) É um expediente inútil usar um vocabulário complicado para impressionar o corretor. É melhor usar um vocabulário que se domina para evitar os erros que se verão nos parágrafos seguintes. b) O fato de a imigração estar cercada de outras questões não significa que ela não possa ser analisada isoladamente, ao contrário do que se afirma aqui. Ou seja, o que está em vermelho não decorre do que lhe antecede como o autor quer fazer crer.

2) Segundo parágrafo: a) já que gosta de falar difícil, devia escolher melhor a hora de usar palavras em sentido figurado. Melhor aqui seria usar a linguagem em sentido denotativo e dizer que a imitração está "diretamente ligada", "estritamente ligada..." Mas vale notar que a afirmação é inverídica: a criminalidade e a superpopulação das cidades no Brasil não estão diretamente relacionadas à imigração. Não existe um Comando Vermelho Boliviano, uma favela Heliópolis habitada por haitianos, nada disso. b) "Vias nada lícitas" são simplesmente "vias ilícitas", mas esse é o menor dos problemas nesse trecho em que, por desenvolver um período extenso demais, o autor perde a noção da sintaxe e cria uma grande confusão, além de inventar um verbo, repetir a mesma expressão duas vezes.

3) Terceiro parágrafo: a) É possível banir os imigrantes, mas não é possível banir a imigração. A escolha do vocabulário foi infeliz, como também em "fortalecimento das forças". b) Quanto à frase final, que dizer? Tanto exibicionismo léxico para terminar de maneira tão banal! É um despropósito!

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